sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Questões sobre o Islamismo



   Questão 1 – Importância de Bizâncio e Persa para o desenvolvimento do Islã.

O Islã só se tornou um Império em tão pouco tempo graças a unificação religiosa realizada por Maomé. Isso só foi possível devido as seguintes características:
O zoroastrismo por sua ideologia monoteísta foi determinante para a criação do Judaísmo, e Cristianismo e em seguida do Islamismo. Além disso, a cultura helênica teve forte influencia tanto em Bizâncio como na Pérsia, facilitando a unificação. Ambos eram localizados ao norte da Península Ibérica e tinha origem semita, ligados pela cultura árabe e persa, o que facilitava o desenvolvimento devido ao idioma.
 
Questão 2 – Ao contrário do que se acreditava que o exército islâmico incendiou a biblioteca de Alexandria, os mulçumanos foram grandes divulgadores da cultura helênica e persa, pois os arquivos e bibliotecas persas e bizantinas eram ricas da cultura cientifica e filosófica da Idade Antiga.





                Politeismo praticado pelas populações árabes
Antes da afirmação do Islamismo como religião, grande parte do povo árabe, senão todos, incluindo os Sírios e os Mesopotâmios, cultuavam varias religiões: o Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo, Maniqueísmo além da presença de outras seitas. Uma das características comuns entre essas religiões era o politeísmo, que era acompanhada de um intenso profetismo, pois naquela época era comum o aparecimento de diversos profetas. Os beduínos e tuaregues cultuavam divindades animistas (elementos da natureza), que explicavam a forma da vida deles: um Oásis representava a diferença entre a vida e a morte. Eles cultuavam também as deusas Al-lat, Al-Uzza e Manat, filhas de Allah.
Nas cidades de Palmira e Petra adoravam deuses fenícios: os Baal-Zebbul (belzebu) que é associado ao Satanás judaico e cristão. Em outras regiões eram adorados outros deuses como o Sol e a Lua, simbolizando o masculino e feminino.
Alguns cultos fenícios foram se modificando com o passar do tempo e uma divindade em especial havia se destacado sobre as demais. Em vista disso Maomé influenciou-se pela divindade principal: ALLAH, aceitando dessa forma o Monoteísmo e também agregando sua crença juntamente com elementos Judaico-Cristão, entre eles a ideia de inferno (GEHENNA), paraíso e santidade de alguns homens como Jesus e o fato dele ter nascido de virgem Maria. Entretanto não o consideram como homem enviado por Deus como também a concepção de Santíssima Trindade, intitulado heresia, pois Maomé era o único profeta de ALLAH.

                                    Monoteísmo judaico e cristão

As duas religiões de origem semita tinha diversos praticantes na Península Arábica e por terem cultura semelhante, possibilitava a sua difusão na região. Tanto cristão como Judeus seguiam em parte o Velho Testamento e acreditavam no mesmo Deus único. A principal diferença é que os cristãos estavam ligados ao Salvador, filho que Deus enviou a terra para resgatar seus pecados. Mas os Judeus ainda esperam o filho de Deus. Tanto o Judaísmo como o Cristianismo também são próximos do Islamismo devido a Ismael que é filho de Abraão e Agar que consta no Velho Testamento na Biblia, livro sagrado.

                       ligações entre Islamismo, Judaísmo e Cristianismo.

- Ambos eram monoteístas, isto é, criam somente em único Deus.
- O alcorão islâmico foi inspirado na Bíblia cristã que por sua vez tinha partes do Torá judaico.
- Vários profetas eram comuns as 3 religiões.
O povo cristão e mulçumano são considerados  ¨filhos de Abraão. Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” 
Questão 2 – caso das imagens
No Império Bizantino, ocorrera a proibição ao culto das imagens dos iconófilos, que eram perseguidos e tinham suas obras destruídas. O iconoclasmo tornou-se doutrina oficial durante o reinado do imperador Leão III, o que exterminou o acervo antigo do Império Romano.
O imperador Leão III havia sido influenciado pelo judaísmo e pelo islamismo. Na época, São Germano, que defendia a utilização dos ícones foi forçado a renunciar. Na época, um oros subscrito por 338 bispos condenava o uso de imagens em cultos, havendo forte protesto do povo e dos monges. As igrejas protestantes que se separaram da católica (século XVI) também se afastaram dos ídolos (idolatria) e não adotam imagem como parte da sua crença.
Questão 3 – Os povos do livro.
Assim os mulçumanos designava os seguidores dos livros sagrados, descrevendo os não-mulçumanos que de acordo com o alcorão, receberam as escrituras que foram reveladas por Jeová para judeus e cristãos através da Biblia e torá antes de Maomé. O alcorão significa uma obra final desses livros sagrados.

A Arte Mudejár - História do povo árabe de 400 a 800



                
                 

                     A Arte Mudejár – extensão em História

                         História dos árabes de 400 a 800
              












                    São Paulo – Santa Cecília   25/07/2013


Arte mudéjar[1] é o fruto do trabalho e talento artístico dos artesãos muçulmanos que continuaram a viver nas vilas e cidades no centro e no nordeste da Espanha, onde praticavam seus trabalhos artísticos, mesmo após a Reconquista efetuada pelo hispanos de Castela e Aragão. Durante os séculos XVI e XVII, muitos desses artesãos foram contratados e migraram para as colônias espanholas nas Américas, como o México, Peru Superior (hoje Bolívia) [2], Nova Granada (atual Colômbia), Guatemala e Cuba. Nestes países, os edifícios públicos têm indicações claras da arte moura em suas arquiteturas, azulejos, e portões de ferro forjado ou na arte da carpintaria [3]. Esta influência continua até hoje no trabalho de seus descendentes, artesãos contemporâneos, cujo talento se manifesta nas ruas, mercados e prédios públicos da América Latina. Nos Estados Unidos, vemos nitidamente essa arte nas "missões" da Califórnia e do Novo México, nos hotéis turísticos construídos ao longo das ferrovias na Flórida, no início do século XX, e em grande parte dos revestimentos no interior dos primeiros cinemas.
Durante a glória árabe, a Península Ibérica era parte de um mundo mais amplo que se estendia desde o Atlântico até as fronteiras da China, através da Ásia. A língua árabe representava um símbolo vivo da unidade árabe e pan-islâmico, que ligava o mundo intelectual da época. Nestes séculos, a cultura hispânica sofre muita influencia árabe, resultando que Córdoba, capital andaluza durante três séculos (756-1030), foi a cidade mais brilhante na Europa produzindo inúmeros escritores, artistas, estadistas e cientistas famosos.
      O resultado final deste movimento cultural nas artes e arquitetura foi o florescimento de uma obra com temas que interpretaram ideais islâmicos. Misturando os diversos estilos do mundo islâmico: na Pérsia, onde a arquitetura tinha desfrutado de uma longa tradição , no coração da Arábia, no Egito, na Síria e no Iraque, nos países da Ásia Central, na Índia e na Turquia aonde o Islã converteu a população, e também no norte da África e Espanha.
     O estilo andaluz, que se inspirou nessas influências, acabou por se tornar popular  porque incorporou vários estilos de diferentes nacionalidades, baseada na cultura islâmica, o que resultaria em uma fusão entre o Oriente Médio e o mundo mediterrâneo. Como exemplo da arte oriental, tem a arquitetura iemenita, cujos desenhos geométricos delicado nas fachadas de seus edifícios e seus azulejos fantásticos influenciaram profundamente a arte espanhola. No entanto, a arte hispânica desenvolveu a sua própria personalidade. Quando as terras sob o controle dos muçulmanos na Espanha foram reduzidas ao pequeno reino de Granada, no sul da península, foi cada vez mais utilizado o gesso para decorar os edifícios. O gesso exige grande habilidade para conhecer a sua qualidade fibrosa ou têxtil e utiliza-la antes que endureça.

No mundo mediterrâneo, também podemos encontrar claras influências árabes. Por exemplo, o espaço central das casas e edifícios públicos, que nos edifícios romanos se denominava átrio, um lugar que se tornou padrão na região do Mediterrâneo, onde seu uso tornou-se útil para a vida social durante os verões quentes. Este pátio proporcionou um espaço para eventos sociais, onde as fontes refrescavam os corredores e interiores dos quartos. Os arquitetos do Mediterrâneo e do mundo árabe se utilizavam dos movimentos do ar e da água para manter os ambientes frescos e saudáveis. A água vinha de colinas distantes, como é feito hoje no Irã, ou como em Granada Nazari . Tudo isso combinado produz o efeito do resfriamento dos interiores das construções. A Alhambra, em Granada nos dá um esplêndido exemplo dessa climatização natural nos séculos anteriores, onde foi utilizada a água e as neblinas que desce da Serra Nevada, para refrescar seus quintais e moradias. Muitos colégios persas e iraquianos usaram o mesmo princípio, quando o interior dos quartos é ventilado por uma a circulação em uma câmara isolada, de modo que o ar possa circular como um chiflón[4] direcionado para ventilar salas de estudos e recreação. Samarra, ao norte de Bagdá, às margens do rio Tigre, tem algumas dessas escolas internas que guardam séculos de vida estudantil.
             As treliças favorecem a circulação do ar, da mesma forma, proporcionam a livre entrada do mesmo e suavizam o brilho solar mediterrâneo ou tropical. Podemos ver a sua utilização em lugares tão distantes como as varandas de madeira de Lima, no Peru, ou nos antigos bairros do Cairo (Egipto), Jeddah (Arábia Saudita) e Basra (Iraque). Sentado dentro das casas, os curiosos e moradores podem ver com discrição absoluta o movimento nas ruas, demonstrando a importância dada à privacidade dentro das casas muçulmana. Sendo feito de madeira, tijolo, azulejo ou metal, a estrutura constitui o espaço privado, mas também permite introduzir a corrente de ar fresco para as dependências, enquanto dificulta a entrada de ladrões indesejados ou intrusos. Entre os destaques estão ás artísticas grades e persianas (celosías) metálicas nas cidades americanas de clima quente, como Havana (Cuba), New Orleans (EUA) ou Cartagena das Índias (Colômbia), tudo com base nos princípios da arte mudéjar.
      O antigo tipo de casa latino-americana também utilizou da construção do pátio central, e tinha também um quintal ou espaço atrás da sala de jantar que separava os empregados domésticos que trabalhavam na cozinha. A principal entrada do pátio é defendida contra intrusos por um portal amplo com cobertura (istawân). A decoração destes edifícios nos chama a atenção; seus pisos e azulejos, mostram seus desenhos geométricos e florais em todos os lugares. Os tetos em gesso trabalhado todo em muqarnas [5], ao que parece quase sobrenatural, especialmente quando combinada com o uso de espelhos, como no Iraque e Iran. Na carpintaria e marcenaria utilizavam vários tipos de madeira, uma riqueza trazida das florestas caribenha, e cujo efeito é maior quando os móveis, caixas, armários e roupeiros são incrustados com marfim, madrepérola e osso. Os tetos das salas nos prédios localizados em Sierra Madre, nos Andes ou América Central foram construídos por carpinteiros mouros em madeira, e as abóbadas foram construídas muitas vezes com arabescos. Este é o caso de muitos edifícios públicos na cidade de Queretaro, no México, e Tunja, na Colômbia Popayan, Potosi, na Bolívia e no Equador, Quito, tudo o que pode ser visto com este estilo é arquitetura mourisca.
         Após a queda de Granada, em 1492, pelas mãos de tropas espanholas, a obra dos artesãos mudéjar foi introduzida em toda a Península, tanto por muçulmanos como por cristãos. Mais tarde, durante os séculos XVI e XVII, a sua obra foi utilizado em projetos arquitetônicos das novas colônias nas Américas, onde os artesãos foram recrutados como trabalhadores. Quem viajava pelo Atlântico, não era permitido trazer suas esposas ou namoradas, devido a isso acabaram por casarem com mulheres indígenas e, portanto, seus filhos e descendentes eram mestiços. Na cidade de Antigua (Guatemala) ainda residem muitos artesãos chamados ladinos, que são descentes de Mouros. Estes bisnetos mouros são aqueles artesãos mestiços cuja experiência foi perpetuado nas artes e ofícios, e pela mistura com índios acabaram fundindo as duas culturas e originando uma arte própria.


[1] Mudéjar é um termo que deriva da palavra em árabe: مدجّن [mudaǧǧan] que significa "doméstico" ou "domesticado" e que se utiliza para designar os muçulmanos ibéricos que permaneceram vivendo em território conquistado pelos cristãos, e sob o seu controlo político, durante o longo processo da chamada Reconquista, que se desenvolveu ao longo da Idade Média na península Ibérica.

[2] No porto de Copacabana, na península de mesmo nome, às margens do Lago Titicaca, a 3.812 metros acima do nível do mar, é o santuário da igreja da Virgem da Candelária, que é um lugar de peregrinação para os fiéis . O edifício foi construído entre 1610 e 1620 por artistas mouros. A visita, por suas formas e cores branca e verde, você pode ter a sensação de estar em todo o Magrebe Árabe .

[3] Muito dessa arte tem sido documentada pelo estudioso mexicano Manuel Toussaint, em seu livro A arte árabe na América, Editorial Porrua, México, 1946.

[4] corrente de vento muito leve, brisa
[5] Muqarnas é um tipo de consolo empregado como um dispositivo decorativo na tradicional arquitetura islâmica e persa arquitetura. São trabalhos em gesso nos tetos  representando estalactites  ou alvéolos.

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